Eu vi um índio na rua
e ele comia chocolate.
Sua roupa era de tergal, voil ou escambau,
não era de folha ou de pena, não era tanga.
Andava de ônibus, bebia coca-cola
e dormia na sarjeta.
O índio que eu vi na rua,
não era bicho do mato,
era senhor do asfalto,
magro, triste, faminto e sem teto,
também era analfabeto.
Sonhava matando onça,
Comendo caça e pescando e
Acordava bêbado e chorando.
A saudade ardia-lhe o peito
e um dia voltou para a sua gente,
mas a sua tribo não mais existia.
Decidiu voltar à cidade
e eu vi quando ele voltou,
fez dela a sua aldeia
e foi parar na cadeia.
Eu vi um índio na rua
e ele não era mais índio.
Sua roupa era de pena...era tanga;
ele era um bicho do mato,
comia caça e matava gente,
era forte, alegre e nutrido...
já não era analfabeto,
mas era um louco varrido.
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