Eu tentei reconquistar um velho amor.
Um doce e velho amor.
Mas o que consegui foi ressuscitar a dúvida, a desconfiança, o ódio e a culpa pelo erro que cometi quando perdi o doce e velho amor.
E assim, armou-se uma contenda num palco familiar.
Os erros e as ignorâncias mútuas se digladiaram e nós dois perdemos um ao outro outra vez.
Eu tentei ser grande o bastante para me tornar tão pequeno e insignificante, ao ponto de assumir culpa por culpa, erro por erro – os meus e os dela – mas não fui capaz.
Chamado à luta (ela escolheu as armas: os alfinetes) topei.
Feri e fui ferido e mais uma vez nós dois perdemos.
Perdemos mais uma chance de sepultar o passado e de regar a semente do futuro.
Mas aprendemos que não se sepulta o insepultável, como não germina o que ainda não se plantou.
Eu tentei fazer renascer o velho e doce amor e colhi os frutos do velho e amargo ódio.
E os colhi viçosos e maduros e os devorei, como a fruta predileta, numa só mordida. O seu sabor rasgou minhas entranhas, envenenou a minha esperança que sucumbiu no último vômito que dei.
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