sexta-feira, 21 de outubro de 2011

REENCONTRO

O seu beijo e o seu sexo,

melhores que outrora,

fizeram-me, como mágico,

transpor as barreiras do medo,

os entraves da dor

e os óbices do orgulho,

e num mergulho à paixão,

afoguei-me no desejo incontrolável

de amá-la mais uma vez.

Na água morna, quase caliente, da banheira,

vi-a sereia entre espumas

e nos jatos da hidromassagem acariciei o meu santo ego,

como espécime irresistível e em extinção.

Chorei ao lembrar que não fui capaz de lapidar,

com todas as palavras do meu vocabulário,

a escultura que você sempre foi.

Então, sorri...

desbotadamente,

inconsequentemente,

levianamente

e inconscientemente,

ao sentir sua maturidade forjada com fios de orgulho e mágoa

esticados ao limite, entre dentes afiados.

E veio o sexo, complexo,

anexos os corpos, só restou o prazer.

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